Onze anos após a adoção da legalização da cannabis, o Gabinete Nacional de Drogas do Uruguai apresenta um relatório sobre o seu consumo, a par do álcool, da cocaína e de outras drogas.
O relatório revela uma diminuição muito acentuada do consumo de canábis proveniente do mercado externo ilegal, canábis de muito baixa qualidade, conhecida como “prensado” porque é importada do Paraguai sob a forma de tijolos prensados. Em dez anos, o seu consumo baixou de 58,2% para 6,7% do total de canábis consumida no Uruguai.
Do total de consumidores, 37% afirmam ter acesso à cannabis através do mercado regulamentado, que se limita a uma baixa escolha de variedades nas farmácias ou nos Clubes de Cannabis, o que representa um aumento de 10% em relação à medida anterior. 29,7% afirmam que ainda se abastecem no mercado negro nacional, sendo que os restantes se dividem entre o tráfico de droga e 13,4% desconhecem a sua origem.
O número de pessoas com consumo problemático de cannabis representa 2% da população inquirida, de acordo com os critérios da OMS (CID-10), ou seja, cerca de 32.000 pessoas. Este número manteve-se estável desde 2011, acrescenta o relatório, que o situa em 16,9% dos consumidores em 2024, contra 16,7% em 2011.
A idade média de iniciação ao consumo de canábis passou de 18,9 anos em 2011 para 20,1 anos em 2024.
O consumo de canábis aumentou desde 2001, mas diminuiu desde 2018, tanto nos últimos 12 meses como nos últimos 30 dias. Por conseguinte, mais pessoas estão a experimentar a canábis desde a legalização, mas menos pessoas têm-na consumido regularmente desde 2018.
Globalmente, uma em cada três pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 65 anos afirma ter consumido canábis em algum momento das suas vidas.
O consumo regular nos homens é o dobro do das mulheres. Em Montevideu, é duas vezes mais elevado do que no resto do país.