Cannabis em Portugal

Portugal: Activistas socialistas apelam à legalização do consumo e produção recreativos de canábis

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A Plataforma Socialista para a Legalização da Cannabis, estrutura informal de militantes e simpatizantes do PS, emitiu um comunicado em que apela ao Governo socialista para que legalize a canábis recreativa o mais rapidamente possível, de forma a permitir o desenvolvimento de uma indústria nacional. No passado mês de junho, o Bloco de Esquerda e o PAN (Pessoas Animais Natureza) apresentaram dois projectos de lei distintos sobre a canábis terapêutica e recreativa, uma iniciativa saudada pelo comunicado. Enquanto a legalização da canábis medicinal foi aprovada este ano, a da canábis recreativa arrasta-se apesar do apoio do partido no poder.

O comunicado de imprensa

Os militantes socialistas apelam ao Governo para que actue o mais rapidamente possível. “É imperativo, urgente, é necessário mudar o paradigma das políticas no sector”, afirma no texto Luís Filipe Figueiredo, líder da plataforma e membro da FAUL (Federação da Aglomeração Urbana de Lisboa). Segundo os activistas, as políticas proibicionistas falharam e estão também a alimentar a corrupção: “as estruturas de combate ao crime organizado foram capturadas por redes de tráfico de droga e cartéis com ligações ao mundo da política e das finanças”, lê-se no texto.

“Num mundo em rápida mutação e mais de 70 anos depois de uma política radical de luta contra o consumo e o tráfico de droga, todas as políticas nacionais e transnacionais destinadas a combater este flagelo falharam irremediavelmente em todos os continentes e em todos os países”, afirma o documento. Para os activistas, o objetivo é fazer parte do movimento progressista mundial de liberalização das políticas de combate à droga, um movimento iniciado por Portugal que descriminalizou o consumo de todas as drogas nos anos 2000. Portugal precisa agora de adotar políticas de regulação.

No que diz respeito à canábis medicinal, os activistas pedem que a indústria seja regulamentada mais rapidamente para defender os interesses dos produtores nacionais: “O Governo português não pode continuar a ignorar a necessidade de apoiar os portugueses no desenvolvimento deste novo segmento industrial e agrícola, defendendo os produtores e consumidores nacionais e criando condições favoráveis ao abastecimento dos mercados nacionais e internacionais que privilegiem os produtos de marca nacional”. Atualmente, a produção nacional ainda não começou. Segundo os activistas, os actuais constrangimentos legais favorecem o investimento internacional e correm o risco de sacrificar as pequenas e médias iniciativas agrícolas nacionais em favor das multinacionais do canábis.

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