A empresa canadiana Flowr Corporation anunciou que recebeu uma autorização de exportação do Ministério da Saúde do Canadá, o que lhe permite enviar um primeiro lote de clones das suas instalações de Kelowna, em Portugal. O lote será cultivado em Aljustrel pela empresa europeia Holigen Holdings Ltd, na qual a Flowr Copration já detém uma participação de 19,8%. A Flowr Corporation, com sede em Toronto, anunciou recentemente que estava a angariar 43,5 milhões de dólares canadianos para adquirir cerca de 80% das acções da Holigen Holdings Ltd. que ainda não detém, um sinal do interesse da empresa no mercado europeu.
Aljustrel é um local em rápido crescimento, com instalações de produção, extração e fabrico de alta qualidade. O local, que deverá entrar em funcionamento no terceiro semestre de 2019, terá uma área de cultivo ao ar livre de sete quilómetros quadrados, com uma capacidade de produção de mais de 50 toneladas por ano.
A Flowr disse ter posto em prática um programa “intensivo” de controlo de pragas durante nove semanas, uma medida que visa obter os certificados fitossanitários necessários para enviar os clones para Aljustrel. A empresa tem um protocolo de armazenamento exclusivo para certificar que os clones de canábis estão livres de parasitas e agentes patogénicos.
Vinay Tolia, CEO da Flowr, afirmou: “A autorização do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) para plantar canábis em Aljustrel é um marco importante no desenvolvimento deste projeto, uma pedra angular dos nossos esforços para servir o mercado global de canábis medicinal. Aljustrel é uma das maiores instalações de cultivo de canábis ao ar livre no mundo desenvolvido e contribuirá para a produção de extrato de canábis em grande escala e a baixo custo para a produção de APIs (ingredientes farmacêuticos activos) e óleos para os mercados médicos europeus.
No entanto, o mercado da canábis medicinal em Portugal ainda não arrancou verdadeiramente, apesar de ser legal desde junho de 2018. A legalização entrou em vigor em fevereiro de 2019, mas ainda não foram aprovados pelo Infarmed quaisquer medicamentos à base de canábis. Este sítio de grande dimensão irá provavelmente acelerar o processo, tal como os mercados na Europa.