A Aphria RX, filial da empresa canadiana Tilray com sede em Neumünster, na Alemanha, anunciou na segunda-feira que tinha recebido uma licença para cultivar canábis medicinal ao abrigo da nova lei alemã sobre a canábis que entrou em vigor a 1 de abril.
A Aphria já tinha uma licença de cultivo de cannabis medicinal na Alemanha, obtida em maio de 2019, e limitada à produção de um total de cinco lotes (1.000 quilogramas). Era também o único produtor autorizado na Alemanha a cultivar as três variedades de canábis medicinal aprovadas pelo Instituto Federal Alemão de Medicamentos e Dispositivos Médicos (BfArM).
Para além da Tilray, a empresa canadiana de canábis Aurora e a empresa alemã Demecan estão autorizadas desde 2019 a cultivar um total combinado de 10 400 quilogramas de canábis medicinal na Alemanha.
Aphria tem fusão com Tilray em 2021.
Novas disposições para a canábis medicinal
A nova lei, aprovada em 23 de fevereiro, retirou nomeadamente a canábis da lista de estupefacientes, legalizou a posse por adultos de até 25 gramas, autorizou os clubes de cultivo de canábis – um dos quais já recebeu autorização – e alterou a Lei da Canábis Medicinal da Alemanha (MedCanG).
As alterações à MedCanG permitem agora às empresas que pretendam cultivar canábis medicinal na Alemanha:
- possam “comercializar e distribuir elas próprias a sua colheita”, mas estarão sujeitas a inspecções do BfArM e de outras autoridades
- continuar a obter autorização do BfArM, sem necessidade de cumprir ou seguir o “procedimento de concurso” da União Europeia
- continuar a cumprir os requisitos de qualidade estabelecidos pela legislação farmacêutica, incluindo as Boas Práticas Agrícolas e de Recolha (BPAC), as Boas Práticas de Fabrico (BPF) e as Boas Práticas de Distribuição (BPD)
A licença obtida pela Aphria permite agora à empresa “cultivar e fabricar uma vasta gama comercial de canábis medicinal, oferecendo aos pacientes um melhor acesso a canábis medicinal de alta qualidade produzida na Alemanha”, segundo o comunicado.
A Aphria vai aumentar significativamente a sua capacidade de produção e aumentar as suas variedades de três para 31.
Irwin Simon, CEO da Tilray, afirmou numa conferência telefónica a 9 de abril que, embora a nova lei sobre a canábis não crie um mercado comercial recreativo, “as novas oportunidades para a Tilray resultam principalmente da remoção da canábis medicinal da Lei dos Estupefacientes”.
“Esta mudança na classificação deve expandir significativamente o mercado de cannabis medicinal na Alemanha“, continuou ele, “pois tornaria mais fácil para mais médicos prescreverem cannabis medicinal aos pacientes e poderia permitir uma cobertura mais ampla do seguro saúde.”
