Genótipo

A composição genética de um organismo que determina as suas características. No caso da canábis, isto inclui a cor da planta, a sua altura, a sua resistência a doenças e a sua capacidade geral para produzir resinas. O genótipo de uma planta de canábis é a chave para compreender o potencial genético da cultivar e a forma como as condições ambientais podem influenciar o seu crescimento e aspeto físico.

Saiba mais sobre os genótipos

Antes mesmo de uma planta começar a crescer, a sua semente contém toda a informação genética que determinará todas as suas possíveis características visuais, físicas e de crescimento. O conjunto de características genéticas contidas no DNA de uma cultivar de canábis é chamado de genoma. Embora nem todo o ADN influencie as características de crescimento da planta, todo o ADN que se traduz em proteínas constitui o genoma de uma planta.

O genótipo representa um espetro de possibilidades que uma determinada planta irá apresentar. Duas plantas de canábis diferentes da mesma cultivar, por exemplo, não terão características completamente idênticas, mas partilharão genótipos semelhantes herdados da sua planta-mãe comum. Com exceção dos clones, que contêm cópias exactas do genoma original, não há duas plantas que tenham exatamente o mesmo genótipo.

A diferença entre genótipos e fenótipos

Como é que plantas com o mesmo genótipo podem ter características físicas diferentes? A resposta está na diferença entre um genótipo e um fenótipo, que pode ser resumida por esta simples equação: genótipo + interação ambiental = fenótipo.

O fenótipo da canábis compreende as características ou traços visíveis de uma planta, que determinam onde uma planta se enquadra no seu espetro de traços genéticos, tal como determinado pelo genoma. A cor e a forma das folhas de uma planta, a densidade dos seus tricomas, o rendimento e a estrutura das suas colas, e a força dos seus caules são todos elementos do fenótipo de uma planta.

As características físicas de uma planta são, em última análise, determinadas pelas condições ambientais em que é cultivada. É por isso que dois clones com um genótipo idêntico podem ter fenótipos diferentes. Se dois clones da mesma planta forem levados por dois cultivadores diferentes e cultivados em instalações diferentes, as diferenças de clima, meio de cultivo e outros factores ambientais alterarão a cor, forma, força e rendimento de cada planta, o que, combinado com o genótipo da planta original, resultará em dois fenótipos distintos.

A diferença entre genótipos e quimiotipos

Enquanto o genótipo determina as características físicas da planta de canábis e o fenótipo representa os seus traços observáveis após a exposição ao ambiente, o quimiotipo de uma planta representa as suas características químicas, ou seja, as suas proporções de canabinóides e terpenos. Os canabinóides são os compostos da canábis responsáveis pelos efeitos eufóricos e terapêuticos da planta, incluindo o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Os terpenos proporcionam o aroma e o sabor da planta e influenciam o efeito ao interagirem com os canabinóides.

A proporção de canabinóides, terpenos e outros metabolitos presentes na planta de canábis constitui o seu quimiotipo e é também largamente determinada pelo genoma da planta. Isto não quer dizer que o ambiente não desempenhe um papel na determinação do fenótipo da planta de canábis. Mas são os genes da planta que ditam a gama possível de quimiotipos que a planta pode produzir num determinado conjunto de condições ambientais.

O genoma diz essencialmente à planta: “Se fores exposta a X nutrientes e ao tipo de ambiente Y, produzirás Z metabolitos químicos”. Ao mesmo tempo, dois genótipos expostos aos mesmos nutrientes e ao mesmo ambiente produzirão duas proporções diferentes de canabinóides e terpenos. O quimiotipo desenvolve-se de forma muito mais coerente com o genoma do que o fenótipo.